quinta-feira, 16 de julho de 2015

FICHAMENTO - Sistematizando alguns conhecimentos sobre jornalismo na web



Um dos principais objetivos do artigo da autora é delimitar as definições de alguns termos que são empregados para o estudo do fenômeno assim como estabelecer algumas categorias que permitam a melhor descrição do objeto em questão.
Ela destaca alguns termos praticados na internet como: jornalismo eletrônico seria, conforme a autora,  o mais abrangente de todos, visto que a aparelhagem tecnológica que se utiliza no jornalismo é, em sua maioria, de natureza eletrônica, seja ela analógica ou digital.  Assim, ao utilizar aparelhagem eletrônica seja para a captura de informações, seja para a disseminação das mesmas, estaria-se exercendo o jornalismo eletrônico.
Jornalismo on-line,  o termo online reporta à ideia de conexão em tempo real, ou seja, fluxo de informação contínuo e quase instantâneo. Porém, nem tudo o que é digital é online.  O jornalismo digital é tudo que é realizado com tecnologia digital. Exemplo: ferramentas eletrônicas que possibilitam a produção digital.
Luciana Mielniczuk enfatiza o  wejornalismo de primeira geração, onde o sistema era “copiar e colar”. //Esse primeiro momento, os produtos oferecidos eram reproduções de partes dos jornais impressos, que passavam a ocupar o espaço na Internet. //O que era chamado então de jornal online na web não passava da transposição de uma ou duas das principais matérias de algumas editorias. // O material era atualizado a cada 24 horas, de acordo com o fechamento das edições do impresso.
Wejornalismo de segunda geração passa a fazer parte do cotidiano o quanto as ferramentas da internet podem favorecer para o aperfeiçoamento e desenvolvimento da estrutura técnica do webjornalismo.// a partir de então, começam a ocorrer experiências na tentativa de explorar as características específicas oferecidas pela rede.//Nesta fase, o jornal impresso é utilizado como metáfora para a elaboração das interfaces dos produtos.

No Webjornalismo de terceira geração, o cenário começa a modificar-se com o surgimento de iniciativas tanto empresariais quanto editoriais destinadas exclusivamente para a Internet. //O surgimento dos sites jornalísticos que extrapolam a ideia de uma versão para a web de um jornal impresso já existente.// Nos produtos jornalísticos desta geração, é possível observar tentativas de efetivamente explorar e aplicar as potencialidades oferecidas pela web para fins jornalísticos.
PRINCIPAIS CITAÇÕES


 <Apesar da explosão da utilização da Internet para fins jornalísticos ter ocorrido há quase uma década e estudos significativos já terem sido desenvolvidos sobre o assunto, ainda não há um consenso sobre a terminologia a ser utilizada quando nos referimos ao jornalismo praticado na Internet, para a Internet ou com o auxílio da Internet.>
<Dentro do espectro eletrônico, existe a tecnologia digital, que ocupa um espaço maior a cada dia que passa. O crescimento acontece tanto na captura, processamento ou disseminação da informação. São câmeras fotográficas digitais; gravadores de som; ilhas de edição de imagens não-lineares; suportes digitais para a disseminação da informação como disquete, CD e DVD; hardware e software para a manipulação das informações (áudio, vídeo e sons em forma de bits); entre tantos outros recursos.>

<O termo online reporta à idéia de conexão em tempo real, ou seja, fluxo de informação contínuo e quase instantâneo. As possibilidades de acesso e transferência de dados online utilizam-se, na maioria dos casos, de tecnologia digital. Porém, nem tudo o que é digital é online.>
<Webjornalismo, por sua vez, refere-se a uma parte específica da Internet, que disponibiliza interfaces gráficas de uma forma bastante amigável. A Internet envolve recursos e processos que são mais amplos do que a web, embora esta seja, para o público leigo, sinônimo de Internet.>
<Wejornalismo de primeira geração - Num primeiro momento, os produtos oferecidos eram reproduções de partes dos grandes jornais impressos, que passavam a ocupar o espaço na Internet. É muito interessante observar as primeiras experiências realizadas: o que era chamado então de jornal online na web não passava da transposição de uma ou duas das principais matérias de algumas editorias.>
<Wejornalismo de segunda geração - Favorecidas pelo aperfeiçoamento e desenvolvimento da estrutura técnica da Internet, podemos identificar uma segunda tendência nas iniciativas para o jornalismo online na web, quando mesmo „atrelado‟ ao modelo do jornal impresso, começam a ocorrer experiências na tentativa de explorar as características específicas oferecidas pela rede.>
<Webjornalismo de terceira geração - O cenário começa a modificar-se com o surgimento de iniciativas tanto empresariais quanto editoriais destinadas exclusivamente para a Internet. São sites jornalísticos que extrapolam a idéia de uma versão para a web de um jornal impresso já existente.>


http://www.gersonmartins.jor.br/dados/aulas/turma2/ciberjornalismo-conceito-e-caracteristicas-modificada66.pdf



Fichamento: Ruptura, Continuidade e Potencialização no Jornalismo Online: o Lugar da Memória



No capítulo Ruptura, “Continuidade e Potencialização no Jornalismo Online: o Lugar da Memória”, Marcos Palácios aborda Multimidialidade/Convergência, Interatividade, Hipertextualidade, Personalização, Instantaneidade/Atualização Contínua e Memória. 

O artigo de Marcos Palácios do ano de 2003, afirma que  houve uma ruptura com as outras mídias por parte da web devido a grande utilização da memória, mostra que a internet não esta em oposição as mídias anteriores. Outra característica apontada no texto é que ela pode ser feita tanto por produtores quanto consumidores e é colaborativa.

Conforme o autor, o grande avanço da web com relação às mídias anteriores, é o fato de há limitações espaço-temporais, assim, é possível essa memória coletiva.



PRINCIPAIS CITAÇÕES

Multimidialidade, refere-se à convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração do fato jornalístico. A convergência torna-se possível em função do processo de digitalização da informação e sua posterior circulação e/ou disponibilização em múltiplas plataformas e suportes, numa situação de agregação e complementaridade” (Palacios, 2003, p.1)>.


<Hipertextualidade - Possibilita a interconexão de textos através de links (hiperligações). Canavilhas (1999) e Bardoel & Deuze (2000) chamam a atenção para a possibilidade de, a partir do texto noticioso, apontar-se (através de links) para “várias pirâmides invertidas da notícia”, bem como para outros textos complementares (fotos, sons, vídeos, animações, etc), outros sites relacionados ao assunto, material de arquivo dos jornais, textos jornalísticos ou não que possam gerar polémica em torno do assunto noticiado, publicidade, etc” (Palacios, 2003, p.4)>.

<Customização do Conteúdo/Personalização - Há sites noticiosos que permitem a pré-seleção dos assuntos, bem como a sua hierarquização e escolha de formato de apresentação visual (diagramação). Assim, quando o site é acessado, a página de abertura é carregada na máquina do Usuário atendendo a padrões previamente estabelecidos, de sua preferência” (Palacios, 2003, p. 4)>.

<Instantaneidade/Atualização Contínua – A rapidez do acesso, combinada com a facilidade de produção e de disponibilização, propiciadas pela digitalização da informação e pelas tecnologias telemáticas, permitem uma extrema agilidade de atualização do material nos jornais da Web. Isso possibilita o acompanhamento contínuo em torno do desenvolvimento dos assuntos jornalísticos de maior interesse” (Palacios, 2003, p. 4-5)>.


<A Multimidialidade do Jornalismo na Web é certamente uma Continuidade, se considerarmos que na TV já ocorre uma conjugação de formatos mediáticos (imagem, som e texto). No entanto, é igualmente evidente que a Web, pela facilidade de conjugação dos diferentes formatos, potencializa essa característica. ...>  <A Personalização é altamente potencializada na Web, mas já está presente em suportes anteriores, através da segmentação de audiência (públicos-alvos)” (Palacios, 2003, p. 4)>.

<Memória no Jornalismo na Web pode ser recuperada tanto pelo Produtor da informação, quanto pelo Usuário, através de arquivos online providos com motores de busca (search engines) que permitem múltiplos cruzamentos de palavras-chaves e datas (indexação). Além disso, “como resultado da proliferação das redes, cada uma das publicações digitais pode estender suas atividades para utilizar as capacidades de memória de todo o sistema” (Machado 2002:54 apud Palácios, 2003, p. 8).

BIBLIOGRAFIA ABNT


PALÁCIOS, Marcos. Ruptura, Continuidade e Potencialização no Jornalismo Online: o Lugar da Memória in: MACHADO, Elias & PALACIOS, Marcos (Orgs), Modelos do Jornalismo Digital. Calandra, Salvador, p. 13-37, 2003, vol.1. Disponível em: http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2003_palacios_olugardamemoria.pdf

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Fichamento - Hipertexto, fechamento e o uso do conceito de não-lineariedade discursiva




































O autor, após abrir o texto citando autores de ficção que aderiram a não-linearidade para contar suas histórias, só  terceiro parágrafo Marcos Palácios conjectura sobre até que ponto essa noção de “não-linearidade” é efetivamente apropriada seja ela aplicada ao texto convencional, seja ao hipertexto? Pode existir uma discursividade “não linear”? O autor afirma que o texto eletrônico “Afternoon, a Story”, é considerado um marco inicial da literatura em Hipertexto eletrônico e sua estrutura e os processos de leitura da obra são uma abertura para muitas das questões que nos preocupam neste texto, especialmente no que se refere ao uso do Hipertexto e do "lugar" do Autor e do Leitor nesse tipo de construção discursiva. Sem dúvida que nos espantamos quando nossos ouvidos se deparam com histórias ou estórias que começam pelo fim. Palácios afirma que uma narrativa tradicional, ou seja, não hipertextual, independentemente de que suporte esteja sendo usado, chega sempre a um fim, ou porque chegamos à última página do livro. “A Poética de Aristóteles (350 a.C.) já determinava claramente que uma Narrativa deve ter início, meio fim... 

No entanto, queira-se ou não, eventualmente chegamos a um “fechamento”, representado pela projeção do último fotograma no processo de projeção do filme. Com o Hipertexto, o Fechamento não se dá, ou pelo menos não se dá da forma à qual estamos habituados. Essas características têm levado, no entanto, à apressada definição do Hipertexto como simplesmente “não-linear”, sem maiores qualificativos ou reflexões. A noção de "não-linearidade", tal como vem sendo generalizadamente utilizada, parece-nos aberta a questionamentos. Para um melhor entendimento sobre os conceitos de Linearidade/Não-linearidade, é útil fazer-se uso da distinção entre Discurso (Discourse) e História ou Estória (Story) no âmbito da Narrativa.  

Podemos fazer portanto a distinção entre a Linha do Discurso e a Linha da História na Narrativa. Num filme ou numa novela, o Discurso é sempre linear. Palácios trás a tona algumas obras famosas na telona pra mostrar onde está linearidade e não-linearidade na história e  é rico em exemplos de passagens em que vários parágrafos ou mesmo páginas são usadas para desfiar detalhes ínfimos no curso da narrativa. 

Marcos Palácios ao concluir o artigo mostra que a apropriação das ideias trabalhadas por Gunnar Liestøl levam a uma melhor caracterização do Hipertexto enquanto estrutura discursiva Multi-Linear, um termo que consideramos muito mais preciso e mais apropriado do que Não-Linear, por traduzir mais adequadamente a multiplicidade de possibilidades de construção e Leitura abertas pelo Hipertexto. 



PRINCIPAIS CITAÇÕES  
Além disso, o argumento de uma novela literária moderna ou de um filme raramente é apresentado de forma linear. Estamos acostumados a flash-backs, a compressões de vários anos da história numa única cena ou parágrafo ou, inversamente, descrições hiper-detalhistas que se estendem muito além do "tempo real" de uma ação. (P.02). 
Em 1990, Michael Joyce produziu e publicou uma obra ficcional em Hipertexto, que viria a se tornar um clássico: Afternoon, a Story. O texto eletrônico, que é atualmente comercializado no formato de um disquete, pode ser adquirido através da editora Eastgate e foi produzido através de um software chamado Storyspace, especialmente desenhado para facilitar a construção de intrincadas tramas usando Hipertexto. (P. 02). 

Afternoon, a Story, é considerado um marco inicial da literatura em Hipertexto eletrônico e sua estrutura e os processos de leitura da obra são uma abertura para muitas das questões que nos preocupam neste texto, especialmente no que se refere ao uso do Hipertexto e do "lugar" do Autor e do Leitor nesse tipo de construção discursiva”. (P.02). 

A expectativa de um fim, advém, é claro, de nossa experiência com a narrativa tradicional (seja numa narração oral, num texto, numa peça teatral, num filme...). Desde crianças ficamos na expectativa do "fechamento" das histórias que nos são contadas...”. (P. 03). 

Não é de se espantar que nossos ouvidos tenham dificuldades quando nos confrontamos, por primeira vez, com composições musicais atonais. (P.03). 
Nossa experiência de leitura dos Hipertextos deixa claro que é perfeitamente válido afirmar-se que cada leitor, ao estabelecer sua leitura, estabelece também uma determinada "linearidade" específica, provisória, provavelmente única”. (P. 04). 

Christian Metzfaz a seguinte observação: " A narrativa é (...) uma sequencia duplamente temporal (...): Há o tempo da coisa contada e o tempo da narrativa (o tempo do significado e o tempo do significante). Essa dualidade não só torna possíveis todas as distorções temporais que são lugar comum nas narrativas três anos da vida do herói sintetizados em uma ou duas sentenças numa novela ou algumas cenas num filme, etc) (...) o que nos leva a pensar que uma das funções da narrativa é inventar um esquema temporal em termos de um outro esquema temporal". (P. 04). 

BIBLIOGRAFIA 
PALACIOS, Marcos Silva. Hipertexto, Fechamento e o uso do conceito de não-linearidade discursiva. 

FICHAMENTO - Pirâmide invertida na cibernotícia: argumentos pró e contra




O artigo de Fernando Zamith intitulado “Pirâmide invertida na cibernotícia: argumentos pró e contra”, propõe um confronto de posições e mostra uma pesquisa mais aprofundada sobre a pirâmide invertida na notícia escrita na e para a internet, ou a cibernotícia. Este artigo, resultante, sobretudo, de pesquisa bibliográfica, visa dar resposta(s) a uma questãoFaz ou não sentido usar a pirâmide invertida na cibernotíciaO autor acredita que a pirâmide invertida é a técnica de redação dominante no jornalismo de agência, crê ser mais adequado empregá-la também na cibernotícia 

O autor conta que em 2002 quando começou lecionar Técnicas de Expressão Jornalística Online, fora surpreendido com o nosso autor anterior. Diz ele que lendo o artigo de João Messias Canavilhas “Webjornalismo: Considerações gerais sobre jornalismo na web” (Canavilhas, 2001), constatou que ele afirmava peremptoriamente que “no webjornalismo não faz qualquer sentido utilizar uma pirâmide”.  Conta que no artigo o autor há uma proposta de que a pirâmide invertida fosse substituída por “pequenos textos hiperligados entre si” – um primeiro texto a introduzir o essencial da notícia e os restantes blocos de informação disponíveis por hiperligação 

A pirâmide invertida como já explicado na publicação anterior, os acontecimentos não são relatados por ordem cronológica, mas sim por ordem de importância. Consiste na hierarquização das informações do mais para o menos importanteé a técnica de redação dominante no jornalismo há mais de 100 anosPara ganhar tempo, os correspondentes de guerra iam diretos ao assunto: “não davam a sua opinião nem entravam em excessivos pormenores; procuravam informar sobre os acontecimentos mais importantes” (Fontcuberta, 1996: 59), nascia a “Pirâmide Invertida”. 

Conta que neste bojo de argumentos pró e contra o uso da pirâmide invertida na cibernotícialhes trouxer um beneficio de uma inesperada e extraordinária contribuição. Ele destaca que Rosental Alves argumenta que desde 1996 Jackob Nielsen (3) vem defendendo que a pirâmide invertida continua a ser a mais adequada técnica de construção de notícias na web, porque os ciberleitores mudam rapidamente de página e querem captar de imediato o essencial no lead, fazendo depois um “varrimento” visual (leitura na diagonal) do corpo da notícia. Na maior parte do artigo o autor abre diversos diálogos entre outros autores que discutem o tema, uns defendem outros condenam o uso da “Pirâmide Invertida”. Se os coordenadores da obra são contra, já José Álvarez Marcos (2003: 247) propõe o conceito de “pirâmide convergente” juntando texto, imagem e som, e estruturada como a pirâmide invertida clássica. Adverte ainda para a importância que esta velha técnica tem na difusão de notícias para telemóveis (através da tecnologia SMS) e para os pequenos computadores de bolso (PDA). O escasso espaço disponível obriga ao uso de textos muito curtos e diretos.  

A posição mais radical contra o uso da pirâmide invertida no ciberjornalismo encontrada na pesquisa, conforme Fernando Zamith, foi a assumida em 2001 por João Canavilhas: “No webjornalismo não faz qualquer sentido utilizar uma pirâmide, mas sim um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si”. É curioso verificar que, anos mais tarde, o autor republicou o artigo, introduzindo uma ligeira – mas significativa – alteração ao texto original: “No webjornalismo a pirâmide é substituída por um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si” (Canavilhas: 2003). Os argumentos pró e contra apresentados por Zamith poderiam prenunciar uma “guerra sem tréguas” entre opositores, mas o próprio autor conclui que as posições, na generalidade, não estão tão distantes umas das outrasNo entanto, afirma que  há alguma confusão de conceitos. Nem só de notícias (no sentido restrito) vive o jornalismo, o mesmo se passando no ciberjornalismo, com razão acrescida, dado ser um meio em que convergem todos os outros. A pesquisa de Fernando Zamith mostra que, praticamente todos os autores concordam que estas hard news devem ser construídas numa estrutura piramidal, baseada num título e num lead/entrada/abertura fortes, conclusivos, que vão diretos ao assunto, ao que é notícia.  


PRINCIPAIS CITAÇÕES  
Mar de Fontcuberta (1996: 58-59) atribui o nascimento da pirâmide invertida à Guerra de Secessão norte-americana, quando os correspondentes dos jornais se precipitavam para os postos do telégrafo procurando ser os primeiros a relatar os acontecimentos. (P. 02). 
Carl N. Warren, citado por José Alvarez Marcos (2003: 246), defende, contudo, que foram os editores dos jornais que criaram a pirâmide invertida em 16 de Abril de 1861, data da queda do forte Sumter. As linhas telegráficas estavam constantemente a ser cortadas, pelo que os editores ordenaram aos seus correspondentes que relatassem o essencial nas primeiras linhas. (P.  02). 
Não há um único manual de jornalismo que não faça referência a esta técnica redactorial. Em 1982, José Jorge Letria e José Goulão (1982: 74) classificaram-na mesmo como “uma das leis fundamentais do jornalismo.... (P. 02). 
María José Cantalapiedra recusa-se a promover junto dos seus alunos o uso de outra técnica de construção da cibernotícia, por temer que se desconcentrem do essencial: “ter capacidade para contar num parágrafo o que se passa”. (P. 03). 
Em sua defesa, surgiu então o mais bem-disposto congressista, o pioneiro do jornalismo online no Brasil Rosental Calmon Alves. Este professor de Jornalismo Online da Universidade do Texas, onde é também responsável pelo Knight Center for Journalism in the Americas, propôs, ironicamente, a criação do Partido Pró-Pirâmide Invertida (PPPI). (P. 03). 
No final da sessão, falei com os dois defensores da pirâmide invertida, para procurar conhecer melhor os seus argumentos. María José Cantalapiedra recusa-se a promover junto dos seus alunos o uso de outra técnica de construção da cibernotícia, por temer que se desconcentrem do essencial: “ter capacidade para coO artigo de Fernando Zamith intitulado “Pirâmide invertida na cibernotícia: argumentos pró e contra”, propõe um confronto de posições e mostra uma pesquisa mais aprofundada sobre a pirâmide invertida na notícia escrita na e para a internet, ou a cibernotícia. Este artigo, resultante, sobretudo, de pesquisa bibliográfica, visa dar resposta(s) a uma questãoFaz ou não sentido usar a pirâmide invertida na cibernotíciaO autor acredita que a pirâmide invertida é a técnica de redação dominante no jornalismo de agência, crê ser mais adequado empregá-la também na cibernotícia 

O autor conta que em 2002 quando começou lecionar Técnicas de Expressão Jornalística Online, fora surpreendido com o nosso autor anterior. Diz ele que lendo o artigo de João Messias Canavilhas “Webjornalismo: Considerações gerais sobre jornalismo na web” (Canavilhas, 2001), constatou que ele afirmava peremptoriamente que “no webjornalismo não faz qualquer sentido utilizar uma pirâmide”.  Conta que no artigo o autor há uma proposta de que a pirâmide invertida fosse substituída por “pequenos textos hiperligados entre si” – um primeiro texto a introduzir o essencial da notícia e os restantes blocos de informação disponíveis por hiperligação 

A pirâmide invertida como já explicado na publicação anterior, os acontecimentos não são relatados por ordem cronológica, mas sim por ordem de importância. Consiste na hierarquização das informações do mais para o menos importanteé a técnica de redação dominante no jornalismo há mais de 100 anosPara ganhar tempo, os correspondentes de guerra iam diretos ao assunto: “não davam a sua opinião nem entravam em excessivos pormenores; procuravam informar sobre os acontecimentos mais importantes” (Fontcuberta, 1996: 59), nascia a “Pirâmide Invertida”. 

Conta que neste bojo de argumentos pró e contra o uso da pirâmide invertida na cibernotícialhes trouxer um beneficio de uma inesperada e extraordinária contribuição. Ele destaca que Rosental Alves argumenta que desde 1996 Jackob Nielsen (3) vem defendendo que a pirâmide invertida continua a ser a mais adequada técnica de construção de notícias na web, porque os ciberleitores mudam rapidamente de página e querem captar de imediato o essencial no lead, fazendo depois um “varrimento” visual (leitura na diagonal) do corpo da notícia. Na maior parte do artigo o autor abre diversos diálogos entre outros autores que discutem o tema, uns defendem outros condenam o uso da “Pirâmide Invertida”. Se os coordenadores da obra são contra, já José Álvarez Marcos (2003: 247) propõe o conceito de “pirâmide convergente” juntando texto, imagem e som, e estruturada como a pirâmide invertida clássica. Adverte ainda para a importância que esta velha técnica tem na difusão de notícias para telemóveis (através da tecnologia SMS) e para os pequenos computadores de bolso (PDA). O escasso espaço disponível obriga ao uso de textos muito curtos e diretos.  

A posição mais radical contra o uso da pirâmide invertida no ciberjornalismo encontrada na pesquisa, conforme Fernando Zamith, foi a assumida em 2001 por João Canavilhas: “No webjornalismo não faz qualquer sentido utilizar uma pirâmide, mas sim um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si”. É curioso verificar que, anos mais tarde, o autor republicou o artigo, introduzindo uma ligeira – mas significativa – alteração ao texto original: “No webjornalismo a pirâmide é substituída por um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si” (Canavilhas: 2003). Os argumentos pró e contra apresentados por Zamith poderiam prenunciar uma “guerra sem tréguas” entre opositores, mas o próprio autor conclui que as posições, na generalidade, não estão tão distantes umas das outrasNo entanto, afirma que  há alguma confusão de conceitos. Nem só de notícias (no sentido restrito) vive o jornalismo, o mesmo se passando no ciberjornalismo, com razão acrescida, dado ser um meio em que convergem todos os outros. A pesquisa de Fernando Zamith mostra que, praticamente todos os autores concordam que estas hard news devem ser construídas numa estrutura piramidal, baseada num título e num lead/entrada/abertura fortes, conclusivos, que vão diretos ao assunto, ao que é notícia.  


PRINCIPAIS CITAÇÕES  
Mar de Fontcuberta (1996: 58-59) atribui o nascimento da pirâmide invertida à Guerra de Secessão norte-americana, quando os correspondentes dos jornais se precipitavam para os postos do telégrafo procurando ser os primeiros a relatar os acontecimentos. (P. 02). 
Carl N. Warren, citado por José Alvarez Marcos (2003: 246), defende, contudo, que foram os editores dos jornais que criaram a pirâmide invertida em 16 de Abril de 1861, data da queda do forte Sumter. As linhas telegráficas estavam constantemente a ser cortadas, pelo que os editores ordenaram aos seus correspondentes que relatassem o essencial nas primeiras linhas. (P.  02). 
Não há um único manual de jornalismo que não faça referência a esta técnica redactorial. Em 1982, José Jorge Letria e José Goulão (1982: 74) classificaram-na mesmo como “uma das leis fundamentais do jornalismo.... (P. 02). 
María José Cantalapiedra recusa-se a promover junto dos seus alunos o uso de outra técnica de construção da cibernotícia, por temer que se desconcentrem do essencial: “ter capacidade para contar num parágrafo o que se passa”. (P. 03). 
Em sua defesa, surgiu então o mais bem-disposto congressista, o pioneiro do jornalismo online no Brasil Rosental Calmon Alves. Este professor de Jornalismo Online da Universidade do Texas, onde é também responsável pelo Knight Center for Journalism in the Americas, propôs, ironicamente, a criação do Partido Pró-Pirâmide Invertida (PPPI). (P. 03). 
No final da sessão, falei com os dois defensores da pirâmide invertida, para procurar conhecer melhor os seus argumentos. María José Cantalapiedra recusa-se a promover junto dos seus alunos o uso de outra técnica de construção da cibernotícia, por temer que se desconcentrem do essencial: “ter capacidade para contar num parágrafo o que se passa”. (P. 03). 
Mike Ward (2002: 111) é outro partidário da estrutura piramidal, embora entenda que se deva colocar a pirâmide na sua posição natural, por dessa forma simbolizar melhor as duas intenções que lhe estão subjacentes: o mais importante e o mais breve primeiro. (P. 05). 
A posição mais radical contra o uso da pirâmide invertida no ciberjornalismo encontrada nesta pesquisa foi a assumida em 2001 por João Canavilhas: “No webjornalismo não faz qualquer sentido utilizar uma pirâmide, mas sim um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si”. (P. 05). 
No webjornalismo a pirâmide é substituída por um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si” (Canavilhas: 2003). (P.05). 
O professor universitário reconhece que, “sem dúvida, a pirâmide invertida é um formato adequado” para o primeiro nível informativo hipertextual, “mais superficial”, com que os meios digitais se têm “conformado” até agora. Mas recomenda que esses meios comecem a apostar também em matérias que exigem maior profundidade documental e desenvolvimento narrativo, “onde a pirâmide invertida deixa de ser válida como formato discursivo”. (P. 06). 

BIBLIOGRAFIA 
http://www.webjornalismo.com//sections.php?op=viewarticle&artid=95 
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